A história do homem que se mantém vivo por uma máquina há 70 anos História
15 de março de 2024Mas há alguns que, como Paul, ficaram com os músculos do peito permanentemente paralisados enfrentando uma vida inteira de confinamento. Conhecido como o “homem do pulmão de aço”, Paul Alexander, sobrevivente da poliomielite, morreu na última segunda-feira (11) aos 78 anos de idade em Dallas, no Texas (EUA). A poliomielite, ou pólio, é uma doença incapacitante e potencialmente fatal causada pelo poliovírus. O vírus se espalha de pessoa para pessoa e pode infectar a medula espinhal, causando paralisia e dificuldade para respirar. Ele passou por uma traqueotomia de emergência e foi colocado em um pulmão de aço para ajudar seu corpo a combater a doença. Hoje, com a vacinação gratuita e em larga escala, casos de pólio como o do homem do pulmão de aço, devem ficar apenas na história, mas a sua brilhante trajetória é um exemplo de superação a ser celebrado.
Apesar das dificuldades, Alexander formou-se na escola e fez faculdade, onde se formou em direito. Isso tudo apesar do pulmão de aço, equipamento que o acompanhou por mais de 70 anos. O primeiro surto de casos nos Estados Unidos surgiu em 1916, quando foram registardos 27 mil casos e 6 mil mortes pela pólio.
Em entrevista à revista HealthDay, Paul, que hoje tem 77 anos, relata que foi colocado em uma maca ao longo de um corredor com outras crianças, sendo a maioria já morta. Estando em uma fase mais avançada com a doença, sua sobrevivência só se deu quando um médico realizou uma traqueostomia de emergência. Com o tempo, Paul conseguiu sair do confinamento durante o dia, mantendo o pulmão de aço apenas à noite. Segundo relatos, a equipe do hospital o colocou em uma maca em um longo corredor com outras crianças desesperadas com poliomielite. Embora a maioria das pessoas infectadas não apresente sintomas, aqueles que adoecem podem desenvolver paralisia muscular e, em casos graves, até mesmo morrer.
“Paul foi um incrível exemplo [para toda a comunidade] que continuará a ser lembrado”, escreve. O norte-americano também concluiu a faculdade de direito, na Universidade do Texas, em 1978, tornando-se um advogado bem-sucedido. Foi somente quando o menino começou a ter dificuldades para respirar e engolir que sua família não teve escolha senão interná-lo. Assim como muitas outras vítimas do vírus, a saúde do norte-americano se deteriorou rapidamente, fazendo com que ele ficasse permanentemente de cama e incapaz de falar.
Paul foi um modelo incrível que continuará sendo lembrado”, disse Christopher Ulmer, que organizou uma plataforma americana de crowdfunding para ajudar a custear os cuidados com sua saúde. Atualmente, Alexander é o usuário de pulmão de aço mais longevo de todos os tempos e se mantém ocupado para aumentar a conscientização sobre o risco da poliomielite. Para funcionar, apenas a cabeça de Paul saía da câmara, selada com uma junta hermética, enquanto a bomba dentro da vasilha forçava seu peito a respirar. Até que, quando engolir e respirar se tornaram ações complicadas, ele foi finalmente levado ao hospital de Parkland, no Texas.
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A técnica consiste em usar os músculos da garganta para forçar o ar a passar pelas cordas vocais. O paciente engole oxigênio um bocado de cada vez, empurrando-o pela garganta e entrando nos pulmões. Em menos de um ano, Paul já conseguia dominar bem a técnica, o que o permitiu usar a caixa de aço apenas para dormir, que é justamente o período em que a “respiração de sapo” não consegue ser feita. A maioria dos pacientes só usou o aparelho durante algumas semanas ou meses. No caso de Paul, ele ficou com os músculos do peito permanentemente paralisados.
Como ‘homem do pulmão de ferro’ superou expectativas e viveu por décadas dentro de cilindro de metal
Os problemas respiratórios mais comuns tratados com esse dispositivo eram sequelas de doenças como a poliomielite. Também conhecida simplesmente como pólio ou paralisia infantil, essa condição é contraída através de um vírus e pode provocar danos permanentes em diferentes partes do corpo. A pessoa é colocada melhores notícias dentro de uma grande câmara hermética, em que apenas a cabeça fica para o lado de fora. Uma bomba então é utilizada para alterar a pressão do ar dentro da câmara (o “pulmão”), criando uma pressão negativa ao redor do tórax. Essa pressão faz com que os pulmões se expandam, facilitando a entrada de ar.
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O americano detinha o recorde do Guinness Book como a pessoa que viveu mais tempo respirando com a ajuda da máquina. O dispositivo tem janelas e portas de acesso para cuidados médicos e um espelho para que os pacientes possam interagir com os outros. Devido ao desenvolvimento de outras terapias e à vacina, os pulmões de ferro tornaram-se obsoletos na década de 1960, quando foram substituídos por ventiladores mecânicos. Mas Alexander continuou vivendo no cilindro porque, segundo ele, ficou acostumado.
Esse método alternativo também é conhecido pelo nome técnico de “respiração glossofaríngea”. O mês de julho de 1952 foi um marco na vida do estadunidense Paul Alexander. Então com 6 anos de idade, ele saiu para brincar na chuva com seu irmão mais velho no subúrbio de Dallas, no estado do Texas. O que parecia ser uma experiência memorável da infância custou décadas de liberdade a Paul, que veio a se tornar, segundo o site oficial do Guinness World Records, o homem que ficou mais tempo em um pulmão de aço.
Em meados de 1952, ele tinha seis anos de idade e os Estados Unidos enfrentavam um surto de poliomielite, uma doença grave causada por vírus. “Desde então, Paul foi para a faculdade, tornou-se advogado e autor publicado. Sua história viajou longe, influenciando positivamente pessoas ao redor do mundo.